domingo, 28 de outubro de 2012

tu curte Pink Floyd?

Taí uma pergunta complicada. Seria impraticável respondê-la com uma palavrinha de três letras. Se eu disser que não, além de ser uma meia verdade, posso ser encaixada no grupo de seres humanos dotados de certa ignorância musical. Porém, contudo, entretanto, se eu disser que sim, além de estar distorcendo um pouco os fatos, corro o risco de ser confundida com um daqueles gordinhos que jogam Counter Strike vestindo camiseta desbotada do The Wall. O procedimento, portanto, é um pouco mais complexo. Eu gosto do Pink Floyd com Syd Barrett. O único disco que ouço e aprecio da banda supracitada é o The piper at the gates of dawn, que nada a ver com o que veio em seguida. Muitos fãs de Pink Floyd acham ridículo ou sequer conhecem muito bem o álbum, por outro lado, há também alguns parcos que, como eu, gostam apenas daquela fase. Situações que em nada facilitam meu pequeno drama musical-psicodélico.

sábado, 13 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

eu provavelmente não vou criar nada muito grandioso

Há uma estranha obsessão em umas lições de autoajuda que eu vejo por aí. É preciso criar algo, elas dizem. Pichações em portas de ferro, imagens bonitas desenvolvidas por designers para serem espalhadas pelos tumblrs, pelo facebook, pelo mundo. As mensagens estão em tudo quanto é lugar e dizem que você precisa fazer alguma coisa. De preferência algo que só você saiba. Algo pra deixar sua marca no mundo, para ser vinculado à você. Não basta nascer, crescer, estudar, arrumar um bom emprego, ler bons livros, assistir bons filmes, não incomodar os outros, ter um cabelo brilhante e ser um boêmio aos sábados. Você precisa fazer algo grandioso para os outros verem, inventar alguma coisa. Porque se você optar por apenas viver a sua vida agradável sossegado no seu canto, então você provavelmente é um zero à esquerda.
Não sei por que isso me incomoda.

Talvez porque assim como a maioria dos habitantes deste universo, não sou artista e tampouco tenho grande criatividade. Não tenho dinheiro sobrando para arriscar o talento que não possuo com óleo em tela ou comprando uma câmera fotográfica das boas - e é possível que nem mesmo uma das ruins - e ir pra rua fazer bonitos registros do velho centro da cidade. Tentei aprender a tocar violão e depois de alguns meses percebi que não tinha nascido para aquilo. Não sei desenhar nem uma nuvem. Não sei cantar nada que possa ser ouvido por alguém que esteja do lado de fora do banheiro. Sei escrever o suficiente para ser jornalista, não para ser Camões. Logo, é possível que eu morra sem ter criado nada extraordinário.