sexta-feira, 31 de maio de 2013

eu só queria que a minha vida fosse um clipe do Haim

Não, também não precisa isso tudo.
Me digam vocês, que amam suas vidas, seus empregos, seus milhares de amigos, suas botas Doc Martens, suas viagens, suas baladas, seus cabelos hidratados, suas maquiagens MAC, suas máquinas lomo, como é que faz? Porque não pode ser tão difícil. Não preciso fazer outra faculdade nem mudar de país, emagrecer 10 quilos, aprender hindi ou ganhar um milhão de dólares. Só não encontro o caminho, uma porta aberta, uma janela, uma chaminé, uma frestinha, nada. Embora meus pés já apresentem calos.

terça-feira, 28 de maio de 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

pela extinção do futebol

Quanto mais eu me envolvo com essa praga chamada futebol, mais eu o detesto com todas as minhas forças. Veja bem, eu nasci no Rio Grande do Sul, onde você já vem ao mundo gremista ou colorado, conforme o time do seu pai, da sua mãe ou de um tio mais fanático. Eu, no caso, nasci gremista porque meu pai assim quis. Hoje eu sei que o último grande título do clube foi em 1995, eu portanto tinha cinco anos de idade e sequer sabia do que se tratava o bagulho todo.
Durante a infância meu pai me presenteou com algumas camisetas não-oficiais do Grêmio e assim segui a vida, sempre evitando assistir a chatice que é um jogo futebol, mas sempre gremista. Em 2007, quando o Grêmio estava indo bem na Libertadores e tinha chances de se sagrar campeão, comprei uma camisetinha, achei que seria bacana ter uma para tomar um trago na rua durante a festa após a final. Mas não rolou, o Grêmio perdeu. Fiquei puta por uns minutos e segui meu rumo. Desde então ele nunca chegou perto de levar um grande um título, mas as pessoas seguem firmes e fortes, comprando uma camiseta de 180 pilas por ano, viajando para assistir aos jogos no estádio, sofrendo a cada derrota. Se um ET estivesse espiando nossas vidas, jamais entenderia.
Sofremos por causa de um bando de idiotas que ganham em um mês o que provavelmente não ganharemos durante toda a vida. Passamos uma vida inteira torcendo pelo mesmo time e quantas grandes alegrias ele nos dá? Uma ou duas. Vá lá, três. O resto é a gente ali, chutando os móveis da casa enquanto aqueles merdas cuja única preocupação na vida é jogar bola não são capazes de fazer um golzinho, o único que a partida necessita.
Todo ser humano fica insuportável quando assiste a um jogo de futebol, quando joga futebol, quando fala de futebol. O cidadão precisa praticamente pedir folga do trabalho no dia seguinte a uma feia derrota para não passar oito horas sendo alvo de chacota dos colegas e ainda agradecer de joelhos se chegou em casa com o olho direito dentro da cara após assistir a um jogo no estádio. 
Não há razão alguma para a humanidade continuar resumindo suas parcas vidas nisso. Por favor, extingam essa porcaria.

domingo, 5 de maio de 2013

a talentosa

Aquela sicofanta de uma figa. Passou por mim com sua camisa de 200 dólares, o salto da sandália Jimmy Choo fazendo barulho no piso de concreto, disse um tchauzinho simpático e entrou em seu Renault preto. Eu ficaria ali parada por mais alguns minutos, passando frio, com meu cabelo oleoso colado na cara, sapatilha machucando o pé, blusa velha da Zara, esperando virem me buscar. 
Tudo o que eu tinha aprendido em seu curso imbecil que havia terminado fazia uns 10 minutos foi que pra gente ganhar dinheiro o bastante para calçar Jimmy Choos é preciso ter  talento. Talento para enganar as pessoas de um modo que pareça que além de honestas, somos também muito inteligentes e temos carreiras brilhantes.

quarta-feira, 1 de maio de 2013